Por um momento

Há muitos, já passados encontros,

Muitos e muitos momentos,

Frente a frente com manhãs,

Tardes e madrugadas.

Há tempos foi que minha mão,

Quase que por um sonho se soltou,

Largou o espaço vazio e parou,

Fixou-se na sua, houve desaponto,

Inibição entre as correntes,

Mas, os elos se soltaram, fechando-as... Após.

Também as bocas se ansiaram,

Tocaram-se, caladas.

Despimo-nos das ansiedades,

Dos encontros com a solitude,

Que fazia seu passeio,

Andava, circulava nos parques abertos,

Nas veredas de nossas almas.

Ao desleixo de coisas tantas,

Legamos só o momento que durou,

Voou com o espaço ao encontro do infinito,

Desabrochando em pétalas,

Pétalas que o vento tocou,

Carregou a distância, a ausência,

Que agora faz dono da hora,

Na presença do encontro,

Frente à saudade, ao vazio,

Aos cumes da intolerância,

Que perverte, modifica ritmos,

Abusa do sossego, neutraliza a fé,

Domina a mais dura dor, finca,

Mas, mato lentamente, fazendo com que,

O encontro final seja breve,

Breve como o adeus que dispersou no ar,

No retiro dos meus sonhos.