CASAS DE NUVENS CINZA

 

Casas de madeira soltas na terra

Decoradas com cordas de arame que atravessam a ausência de paisagem

Esticadas por postes sem luz que apontam

Para o céu de chuva cinza

Sem esperar nenhuma doce miragem

 

O silêncio é quebrado pela bicicleta sem acento

Que vaga pela rua de chão solta no vento

Carregando em seu sonho a grama estéril

Vidas vazias

Que nem o pranto solto alivia

 

No solo molhado pela chuva

A desesperança por saber

Que no fim do dia não haverá fartura

Sempre será assim em cada novo amanhecer

 

Não haverá escolha

Entre as nuvens que ainda vagam

Nem galhos nas árvores secas

Nem mesmo bichos da seda