O maior segredo
Torpe-me esse teu vinho tragado,
trazendo o teu beijo no fim de uma madrugada,
buscando as razões, de nós, já esquecidas.
Deito-me no leito da lua e deixo o quarto
onde o meu sono despedaçado jaz sem força,
disfarçado no olhar que teço ao teu corpo nu já querendo deixar-me.
É tempo dos outros onde não nos há nele presente
e se tu choras o meu coração sente
e nada mais há entre nós dois que se perceba vivo.
Traguei por fim a lua separada,
desci do céu por uma nova estrada
e voltei a sonhar-me no amor do teu peito,
sem saber a quem ele pertence direito:
se a mim ou a esse nosso enorme segredo.