RAIO DE SOL

Um raio de Sol

Numa planície desolada

Solitária me sinto um girassol

À beirinha da estrada.

Rezo para dentro uma prece

Oculto os olhos humedecidos

A Vida é espiral que desce

Já se desvanecem meus sentidos.

Os meus passos já incertos

Começo a agitar-me

Os braços trago abertos

Deixo ainda à Vida abraçar-me.

De acordo com a minha consciência

Peço ao tempo um pouco de clemência.

Temo o que me vem ao pensamento

Visão que me deixa em aflição

Dum futuro avarento

Que me infunde confusão.

Mas dou conta que inda sou gente

Que nem tudo eu perdi

Trago lembranças na mente

Dos momentos bons que vivi

Os meus soluços não são de fraqueza

Nem querem piedade

Tingidos de cinzento, com certeza!

Mas todos, sinais de saudade.

natalia nuno

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