AH... SOLIDÃO!

AH... SOLIDÃO!

Joyce Sameitat

Acordes de solidão deixam-se dedilhar;

Por mãos invisíveis em puro êxtase...

Enquanto que a boca fica a clamar;

Sai daqui agora e sozinha deixa-me...

Já que para ti eu não tenho lugar!

Sem você já me sinto bem solitária;

Só vens a acrescentar mais vazio em mim...

Minha alma em revolução canta uma ária;

Daquelas que penso jamais terá fim...

Descubro que não é uma só, mas várias!

No pulsar da noite que vai caminhando;

Envolta no escuro estou me escondendo...

Enquanto o coração vai em mim apagando;

Todas as trevas que tentam ir nascendo...

Com o orvalho do céu em mim chorando!

Arte desta solidão que em mim se colou;

Quero desalojá-la o mais depressa possível...

Procuro o canto em que ela se colocou;

Que se acha na minha parte mais sensível...

Mas parece que para outro se deslocou!

O coração e alma em total revolta;

Perscrutam no mais íntimo do meu ser...

Trazem a danada como que em escolta!

Num sentimento resolveu se esconder...

Tenta se soltar para andar a minha volta!

O que me causa lágrimas e a vista chora;

Da saudade que trago do que não realizei...

Lá se alojou e agora qual nuvem evapora;

O meu amor que dos sentimentos é o rei...

Mas apesar dela tentar nunca levará embora!

A solidão é uma máscara por demais fria;

Na qual não quero me deixar envolver...

Podem entrar as noites e retornarem os dias;

Sempre estarei com certeza a te combater...

Vestindo-me de guerreira com minhas fantasias!

São Paulo, 29 de Abril de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 29/04/2010
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