Borboletas displicentes
Minhas borboletas foram-se, todas
Uma a uma, de meu jardim nativo
Já não existem flores para beijá-las
Nem orvalho que as aproxime
Minhas borboletas foram-se embora
Talvez não voltem nunca, nunca
Só ficaram algumas asas coloridas, quebradas
Nos bancos de minha alma desnuda
Minhas borboletas se rebelaram
Do doce exílio de meu espírito em fogo
Já não existem algemas que as prendam
Só minha casca em triste abandono
Ah, borboletas ! Por que não voltam ?
É triste ver as petálas vazias
Minha vida sem tê-las já não é mais a mesma
Sou triste lagarta perdida....