Teus olhos...
Apagaram-se todas as luzes,
Tiraram-me todas as cores
E sabores;
Privaram-me de qualquer existência
Levaram toda uma essência
Uma possível experiência
De vida vivida.
Perderam-se os aromas
Arrancaram meu tudo e meu nada
Deixaram apenas
Uma solidão impregnada
No meu corpo e alma
(se essa ainda existir)
Restam sobras e alguma calma.
Fiquei inexistente, insuficiente;
Porém um brilho, ainda me faz de pé.
São teus olhos
Que me perseguem em pensamento
Estes ninguém me tira
Estão em mim,
Mesmo você
Tendo ido p’rum lugar além desse mundo
E eu ficado nesse jogo imundo
Minh’alma está contigo
E teus olhos, eternamente comigo.
(18/08/2003)