Carlos Drummond de Andrade

quero a calma do drummond

e não ansiedade de Andrade

drummond espera

olha, avalia, conta o ocorrido com a frieza do homem mal

um homem muito zeloso

nao tem medo de enxergar

Mas Drummond sofre em sua espera

drummond aguenta e conta o que vê

analisa profundo

Calcula infinito

chora pequeno

Chora amoroso

Andrade anda com a plebe bebada

danca um um rock bêbado

quase morre

quase vive

quase ama

quase escreve

quase lamenta

Drummond vê carlos

conversa com Andrade

se alia mesmo a Drummond

marca café com os tres

chinga os tres

fica de mal do tres

andrade espera drummond passar e esquecer

Andrade não muda

Carlos se Zanga com isso

carlos fica feliz por entender Drummond

E andrade finge que ama tão os dois

Andrade quer partir

é forte é vigoroso

come comida pesada e dorme nas pedras

no frio, chuva

pensa na sirigaita

no boteco

na sinuca

pouco na vida, pouco em maria

pouco na igreja

Carlos é tão comedido

tem medo de Andrade

"ele é tão inconsequente"

imagina, como pode ter duas mulheres

quiça amanha

Drummond nao entende essa bagunda de Andrade

e de Carlos...

Carlos queria ser astronalta

mas se enfeita com uma gravata......

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 18/04/2010
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