Cumpra-se a Lei.

Não adiantaram os argumentos do réu,

Nem as alegações da defesa.

A juíza implacável,

Bateu sobre sua mesa o martelo

E o condenou ao isolamento.

Então,

O réu levantou-se e falou:

Se não consideras legitima defesa

Tudo que fiz por amor,

Então não há mais razão

Para que nele acreditemos.

Viva a mentira e dela faremos nossas vidas.

Não adiantaram os aplausos da platéia.

A juíza se mantivera fria na sua condenação.

Baixou a cabeça e assinou a sentença.

Baixinho ela falou a si mesma:

- Te amei tanto, mas na minha posição,

Não me permito que enganes,

Mesmo em nome do nosso amor.

Prefiro que apodreças no anonimato,

A ter que aceitar teus motivos.

Sentença assinada.

Cumpra-se a lei, mesmo que injusta.

Um dia quando a verdade vier à tona,

De certo a juíza se lembrará deste dia.

Então dirá arrependida.

- Ele me amava, eu apenas me deixei levar pelo orgulho.

Tardiamente o arrependimento chegará.

Já moribundo em sua solidão,

Dela não mais lembrará.

Carlos Neves
Enviado por Carlos Neves em 16/04/2010
Código do texto: T2200785
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