Cumpra-se a Lei.
Não adiantaram os argumentos do réu,
Nem as alegações da defesa.
A juíza implacável,
Bateu sobre sua mesa o martelo
E o condenou ao isolamento.
Então,
O réu levantou-se e falou:
Se não consideras legitima defesa
Tudo que fiz por amor,
Então não há mais razão
Para que nele acreditemos.
Viva a mentira e dela faremos nossas vidas.
Não adiantaram os aplausos da platéia.
A juíza se mantivera fria na sua condenação.
Baixou a cabeça e assinou a sentença.
Baixinho ela falou a si mesma:
- Te amei tanto, mas na minha posição,
Não me permito que enganes,
Mesmo em nome do nosso amor.
Prefiro que apodreças no anonimato,
A ter que aceitar teus motivos.
Sentença assinada.
Cumpra-se a lei, mesmo que injusta.
Um dia quando a verdade vier à tona,
De certo a juíza se lembrará deste dia.
Então dirá arrependida.
- Ele me amava, eu apenas me deixei levar pelo orgulho.
Tardiamente o arrependimento chegará.
Já moribundo em sua solidão,
Dela não mais lembrará.