Dilúvio sem aviso
Vestisse vermelho para esperar o inverno
Que pena, a chuva torrencial matou as flores
Por traz dos janelões que ti guarda
O sorriso acinzentado apagado
Tal qual o vermelho que era aceso amarelou...
Tudo foi assim tão de repente
O céu escureceu as copas das árvores alvoroçaram
O dia tornou-se noite
O amor que seria de sol enegreceu
Nem a lua pode sair para avisá-la.
Lá o horizonte apagado faz trevas nos pensamentos
A estrada desapareceu tudo em volta é breu
Em tempestade o coração deságua na tristeza
Na mesa o vinho degela
As taças de boca aberta frias e sedentas perderam a esperança.
Fecha as cortinas como sendo o final de um ato
Peça de teatro lírico que se fez de fato
Sendo tu o enredo figura solo de tristeza e dor.
Em passos lentos caminhas com a solidão
Esbarra na mesa o vinho te banha...
Escorre nas coxas vermelho carne
Arrepia teu desejo guardado
O barulho da chuva envolve o momento em nostalgia
Arranca com ódio o vestido vermelho vinho
Solvendo com gula as gotas que contagiam...
Jamaveira®
Imagem: Google