Metades
Metades
Que metade devo ser?
A que ri quando fala?
Ou aquela chora
Quando cala?
As vezes seguro e firme
Outras frágil e fraco
Capaz e destemido
Oculto ,quase opaco
Há momentos que me encontro
Santo, sagrado, ...divino
Em outros, eu sou profano
Pecador, .....um libertino
Amo tanto a minha vida
Que a morte me visita
Não vou embora com ela
Porque minha coragem hesita
Sou nada para mim..
Sou tudo pra alguém
Prefiro sofrer a dor
Mas faço sofrer também
Nesse conflito interno
Vou vivendo os meus dias
Só encontro algum alento
Quando escrevo poesias
Vivendo minhas angústias
Refletindo os meus erros
Arrastando minhas correntes
Suportando os meus medos
Sigo com minhas metades
Juntas e com defeitos
Uma pensa com a razão
A outra dentro do peito
São metades de um ser
Em nada casual
Divido entre dois mundos
Um lúdico outro real.
Dego Bitencourt