Existência melancólica!
Como se o real fosse o visível
a vida foge a um clarão limitado
como o escuro dos extremos de um túnel
preenchendo um invólucro desorientado. Nós!
Olhares para os extremos eternos
quase nada se vê, entende, ouve.
A agonia de tanto porquê, inferno!
Guiamo-nos pelas estações repletas de inverno
talvez, por não compreender o que sempre houve. Deus!
Não estranhamente o poeta indagava:
"do que ri a melancia enquanto assassinada?"
Invólucros carregando-se sem direção
enquanto a vida vai cedendo à morte
notável que cada um não dê atenção
da grandeza do conteúdo a seu porte.
Quanta fragilidade escondida em prepotência
carecidos de tanto significado inato
penso que existimos em dormecência
engano, existimos para não pensar, de fato.
Alguns invólucros põem-se a pensar, buscar.
O seu conteúdo na verdade.
A hermeticidade nos impõe o simples andar,
para os flutuantes de espírito: CRUELDADE.