Solidão Inorgânica
Meu coração pranteia solitário
Lágrimas temperadas pelo tempo,
Ouço vozes no bramir dos ventos
Que fecundam meu íntimo em corolário.
Meu rosto umedecido esmaece
Diante de raios coloridos em brasa,
Uma recôndita saudade de minha amada
Norteia meu peito ferido e fenece.
Minha solidão mergulha no deserto
Onde há larvas fragmentadas de concreto
Que obliteram as veredas da emoção...
Na tempestade em que meu âmago se encontra
Há soluços pungentes que demonstram
A frialdade inorgânica do meu coração!