"Acossado"
Estar no espaço
Não é um acaso
Nem o estar no tempo
Os tigres de papel
Quando desmitificados
Tornam-se vulneráveis
As imagens da tvvisão
Mordem paca enquanto isso
O tigre não é tão vulnerável assim
Não esconde o jogo amoral
O rito civilizatório
Quando as crianças estupradas
Não são “children”
Por que lamentá-las?
Acaso seus pais bebem whisky
Fumam a nicotina americana
Bem embebedam-se com vodka
Ou dançam a polka?
Quando amoral e ideologia se fundem
Até os mais sensíveis e conscientes
Fazem o jogo
Da ideologia da amoral
A necessidade da poesia
Desse poema
É um efeito a mais
Definitivo
Somado à minha limitação
Minha esperança:
Um ponto de certeza
Objetivo fixo no amanhã
— Que amanhã?
— Virá, há de vir
Com ou sem sua vênia
Não se preocupe
O próprio céu pode esperar
Você também pode
Estar no espaço
Não é um acaso
Nem o estar no tempo
Provisório prisioneiro
Massificado no ventre degenerado
Do consumutilitário
Aquele que não partir os laços ou rompeu
Ficou com as mãos limpas
Na sarjeta civilizada
No latifúndio rural
Ficou com os trunfos da civilização
Com o odor de sangue dos corpos
Dilacerados
A intencionalidade do tigre
Não é tão de papel assim
A poluição está mais dentro
Do que do lado de fora
Do Homo sapiens sádico. Urbano
Prisioneiro pessoal e coletivo
Da mitologia da ficção econômica
Do sangue coletivo que os banqueiros
Vivem sorvendo, consumindo, parasitando
Sugando
Quantos prisioneiros podem afirmar
NÃO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Ao carcereiro, ao “Reich dos Mil Banqueiros”
(Concentração criminosa de renda
Lucro demasiado, grana, dólar, real, rublo,
Peso, yuan, dina, libra, tenge, peso, florim)
nunca dizer ou pensar
sim
Que fique o aljubeiro
Com os vermes subterrâneos
Com os consumidores de grades
Foi o cárcere, afinal
E a tvvisão BBB
Quem os cativou
Estar no espaço
Não é um acaso
Nem o estar no tempo
Necessário trabalhar
A surpresa geral
O canto geral, o
Eu individual relativamente ao
Eu globalizado não discerne cor
Transcendê-lo em Id
Objeto da esperança coletiva
No vermelho dos olhos semi-abertos da face tungada
O “ciclo da borracha” apenas começou?