Piauí Penny Lane

“Nesta vida morrer não é nada novo.

Mas viver também não é muito mais novo.”

(Essenine)

Semelhante passou a vida

Até o último inverno

O parnaso, o cansaço

O dial repetitivo, cotidiano

A necrópole real e virtual:

A habitação do cemitério

Vida passou passo a passo

Passou a vida passando

Essência que “jazz”.

Corredores de edifícios

Pessoas de cimento armado

O estresse antigo vertendo o novo

A cidade forjada a soldo:

Todos desligaram o desconfiômetro

O pai trabalha, o padre trabalha

Os atores trabalham a novela

A tvvisão da realidade mesma

Não tem espectadores

Nem espectrômetro

O repeteco do dia-a-dia

Todos plugados no Ibope: iguais

A História da história das pessoas

Prossegue alucinando. E a juventude ecoa

Semiguais as mocinhas e mocinhos

Sem poesia, sem Drummond

Nem sequer leram Fernando Pessoa

Estão viajando em algum aleatório som

Tipo rock in Rio, in Lisboa

Num viver virtual

Da primeira à última primavera

Subvivendo. Subdesenvolvendo

Subtudo.

Como se não existissem mais

E não houvesse existido jamais.

Amanhã.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 07/04/2010
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