Piauí Penny Lane
“Nesta vida morrer não é nada novo.
Mas viver também não é muito mais novo.”
(Essenine)
Semelhante passou a vida
Até o último inverno
O parnaso, o cansaço
O dial repetitivo, cotidiano
A necrópole real e virtual:
A habitação do cemitério
Vida passou passo a passo
Passou a vida passando
Essência que “jazz”.
Corredores de edifícios
Pessoas de cimento armado
O estresse antigo vertendo o novo
A cidade forjada a soldo:
Todos desligaram o desconfiômetro
O pai trabalha, o padre trabalha
Os atores trabalham a novela
A tvvisão da realidade mesma
Não tem espectadores
Nem espectrômetro
O repeteco do dia-a-dia
Todos plugados no Ibope: iguais
A História da história das pessoas
Prossegue alucinando. E a juventude ecoa
Semiguais as mocinhas e mocinhos
Sem poesia, sem Drummond
Nem sequer leram Fernando Pessoa
Estão viajando em algum aleatório som
Tipo rock in Rio, in Lisboa
Num viver virtual
Da primeira à última primavera
Subvivendo. Subdesenvolvendo
Subtudo.
Como se não existissem mais
E não houvesse existido jamais.
Amanhã.