Solidão

No céu a lua laranja,

Aqui, eu, meu silêncio,

O prazer de estar sob a penumbra

Junto de um cálice de vinho branco,

Da pena, do tinteiro, da esperança

De deixar neste pedaço de papel

Retalhos da minha solidão!

Entra às estrelas a lua prata

Risca sob as águas meu verso

Espelhado pelo tempo,

Minha palavra vivida no templo

Da dor que teima em dilacerar

Meus ventos do norte,

Meu coração pulsa por ti!

Já alta a lua azul

Clareia meu balcão

Como se tu estivesse ali formosa,

Criando um rodar para cada vinil

Que saúda a madrugada cristalina,

De uma força estranha que te faz

Fada do meu botequim!

No céu a lua se foi,

Aqui, eu, minhas vozes

E um alfabeto de metáforas

Elaboradas pela alma resistente

A este mundo sem sons,

Que te traz em paixão, em prantos,

Em amor, em emoção!

Auber Fioravante Júnior

01/04/2010

Porto Alegre - RS