Casa desmanchada
Muitas noites sonhei com tua volta
teus olhos intensos e brilhantes
tuas mãos macias
olhando o fogo da lenha queimando na lareira
imaginava nossos corpos nus
envolvidos no edredon colorido na tapete da sala.
Tua barba rocando minha pele
desenhando círculos imaginários nos meus afetos.
Mas hoje vejo
é indiferente que digas sim ou não
os dentes esmigalham as palavras
não há consolo na queda
é indiferente.
Por isso se fecham as portas
as janelas
e se abre a ferida
da velha casa desabitada.