Ermo
Ermo
I
Acordo no meio da noite e suspiro...
Ah! Essa necessidade louca dos meus olhos buscarem outros olhos,
Do meu corpo se enlaçar em outro corpo.
Não estou falando exatamente de sexo,
Estou falando sobre troca de solidão.
Solidão! Essa coisa no peito que a gente não explica
Mas que grita feito cigarra em tarde de chuva.
(Alguém pode me contar de onde vem tamanho vazio na alma?)
II
Nos meus devaneios,
Avanço despreparada ao encontro do outro.
As estrelas me acendem o peito e eu avanço em meus anseios,
Igual a um lobo guará em noite de lua cheia
Buscando intensamente sua companheira...
...e assim adormeço de novo, abraçada ao meu travesseiro,
estupidamente macio.