CADA UM COM SEUS ¨DIABINHOS¨

Cai a chuva,

passam as sombras,

passo-me despercebido,

trago-me em tragos vertiginosos.

E quando há sombra, há luz,

e quando há luz, há poesia,

e quando há poesia, tudo se repete,

na mesma medida,

com as mesmas solidões...

Eu, no centro do mundo,

o mundinho das palavras, no centro das minhas mãos,

e o resto desta noite idiota,

desta noite que, de tão central, acaba me deixando às margens

do teu toque, bem distante do teu calor.

Cai ainda a chuva...

Cai-me sobre o chão,

pois,

como dizia os meus ¨diabinhos interiores¨:

(de dia se caça, à noite se transforma. O resto... és só o resto !)

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 04/04/2010
Código do texto: T2177406
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