CADA UM COM SEUS ¨DIABINHOS¨
Cai a chuva,
passam as sombras,
passo-me despercebido,
trago-me em tragos vertiginosos.
E quando há sombra, há luz,
e quando há luz, há poesia,
e quando há poesia, tudo se repete,
na mesma medida,
com as mesmas solidões...
Eu, no centro do mundo,
o mundinho das palavras, no centro das minhas mãos,
e o resto desta noite idiota,
desta noite que, de tão central, acaba me deixando às margens
do teu toque, bem distante do teu calor.
Cai ainda a chuva...
Cai-me sobre o chão,
pois,
como dizia os meus ¨diabinhos interiores¨:
(de dia se caça, à noite se transforma. O resto... és só o resto !)