MORTE O ÚNICO E DEFINITIVO DESTINO

Estou aqui hoje a despedir-me

Das dores, de dissabores

Da solidão deste mundo cão

Desta existência bizarra.

Não serei imortalizada,

Pois em vida não fiz quase nada

Passei invisível por muitos olhos

Inclusive de quem amava.

Uma minoria ouvirei dizer

Morreu, coitada, de quê

Vários comentários farão

Doença, depressão

Mas ninguém acertará

Morreu de solidão.

Eu ouvindo, inerte no caixão

As derradeiras visitas

Bem arrumadas bonitas

Curiosas como se fossem a festa

Para aparar as arestas

Do que haviam perdido.

Enfim é chegado o momento

Da despedida final.

Cortejo, ritual

Um roçar de madeira no cimento

Choros, soluços sentidos

Dos que fui, ente querido

Mas um rosto não me passa desapercebido

Ao longe um belo sorriso

Marcado pela vitória

Atingiu seu objetivo.

Partí, projeto original

A quem ficou vida normal

Começo nova caminhada

Ao longo da minha jornada.

Mafag
Enviado por Mafag em 04/04/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2177175
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