A POSTERIORI ..............
A POSTERIORI (A PRIORI)
Da minha janela uma visão comedida
Uma árvore de valor despido,
Um cachorro que uiva
Na companhia de sua angústia
Na ansiedade de ver o seu dono voltar
E logo a cabeça lhe acariciar...
Eu em minha inquietude do meu sossego
Fico em total apego
Sinto o total desprezo
Da chuva que canta
E enfatiza a solidão
Deixando-me caída pelo chão
Não há lareira, há vinho
Mas não há companhia
Então ele se torna vinagre
Sacio-me com minha comparsa: A Dor
Dor de não te ter
Dor de não querer
Dor de não saber escrever
E quando digo saber escrever
Digo em especificar meus adjetivos
Saber soletrar em palavras meus sentimentos
Que se deturpam embebedadas
Por minhas lágrimas
Que me cegam ao papel
Que por elas se banham
E se desmancham
Ah sim!
A dor...
Dor não especifica
Dor não ridícula
É a dor
Que tenho como lábaro
E para isso
Não se exige labuta... É apenas a dor...
Lacônica languidez
Não há por que se lastimar
É uma dor para se louvar
Não é prolixa
Isso a faz ser digna
Por sua fraqueza. Logo desiste
Eu gosto dessa dor
Ela me faz conhecer-me
Faz-me vencer-m e.