faces da madrugada
com a alucinação
seduzida pela madrugada –
intuição não,
essa narcotizada –
não posso dizer que a madrugada
me atinge inapelavelmente os nervos
minhas mãos trêmulas
não conseguiriam conduzir o pincel
nem que no meu ateliê
estivesse você
sentada para um nu artístico
artisticamente o meu obelisco
precisa da madrugada
refugia-se na madrugada
o meu esquizofrenismo
em busca de algum misticismo
que só encontro enquanto
o sol se esquecer de chegar...
Rio, 01/12/2009