Quando?
quando à manhã de céu azul
cruzará aquela ave sombria,
se eu trago uma vela no escuro?
eu escrevo com o que procuro...
se eu pudesse sonhar, dormiria.
quando incensarão pela tarde
as tulipas que eu te colhia,
se eu trago uma espada no braço?
eu escrevo com o que não abraço...
se eu te pudesse mirar, pintaria.
quando aos fluidos deste ocaso
encherei esta taça vazia,
se eu trago uma brasa na testa?
eu escrevo com o que me resta...
se eu te pudesse falar, cantaria.
quando virão na minha noite
sonatas da morte do dia,
se um beijo nos lábios sustenho?
eu escrevo com o que não tenho...
se eu te pudesse viver, morreria
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