A MORTE NO SANATÓRIO

Corpo magro estendido no colchão do chão,

Encontra-se no quarto escuro vazio, fraco e faminto,

Alucinações pela febre dos tísicos que chega como a noite...

Arde aquele corpo, com a boca seca, deseja água,

Quem pode trazer?

Vira de um lado a outro, taquicárdico e delirando...

Escuta barulho que não tem, o vento sopra lá fora...

Entra pela janela, esfria o corpo, quase gela,

Sozinho... Ninguém aparece.

Assustado observa sinais da morte...

Que parece querer entrar.

O que sabe sobre a morte?

Luta para não entregar-se.

Poucas são as forças...

Raiou o dia, todos os movimentos nos corredores,

O corpo engrunhido, as unhas azuladas arranham o vazio,

Cada membro se contrai, dedo se estira contra o desfecho aterrador,

O estertor emana da goela...

Olhos exorbitados pelo terror que nenhuma palavra pode descrever...

Não há nada a fazer, nada, nada, nada...

NATIVA
Enviado por NATIVA em 22/03/2010
Reeditado em 22/03/2010
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