A MORTE NO SANATÓRIO
Corpo magro estendido no colchão do chão,
Encontra-se no quarto escuro vazio, fraco e faminto,
Alucinações pela febre dos tísicos que chega como a noite...
Arde aquele corpo, com a boca seca, deseja água,
Quem pode trazer?
Vira de um lado a outro, taquicárdico e delirando...
Escuta barulho que não tem, o vento sopra lá fora...
Entra pela janela, esfria o corpo, quase gela,
Sozinho... Ninguém aparece.
Assustado observa sinais da morte...
Que parece querer entrar.
O que sabe sobre a morte?
Luta para não entregar-se.
Poucas são as forças...
Raiou o dia, todos os movimentos nos corredores,
O corpo engrunhido, as unhas azuladas arranham o vazio,
Cada membro se contrai, dedo se estira contra o desfecho aterrador,
O estertor emana da goela...
Olhos exorbitados pelo terror que nenhuma palavra pode descrever...
Não há nada a fazer, nada, nada, nada...