Eu só queria voar

Pergunto-me de onde vem a força que me faz seguir.

Pois meu caminho não tem sido fácil. Não mesmo!

Se tropeço em pedras e palavras

Se vago por entre ruas e copos

Se meu choro é frio como as noites...

Se não adianta nada escrever isso.

Tentei pular de um prédio um dia desses.

Mais fui impedido pela voz da consciência.

Se eu tentei pular, é porque tenho asas.

“E se tenho asas, é porque sei voar”.

Teria sido mais fácil.

Pois não estaria aqui agora magoado mais uma vez

Com o coração partido, com a voz roca, com os olhos vermelhos.

Essa rotina que me mata, deixa explicita a minha ausência. Falta amor, falta afeto.

Falta vida, sobra tédio.

Sobra raiva, falta teto.

Um lar que acolha meu corpo

Onde eu possa voar

E não sei se creio mais na vida ou no céu.

Onde caminho, vejo estrelas caindo ao meu redor.

Sinto almas dançando e, de tão belas, as confundo com beija-flores.

Queria entrar na dança!

E fugir dessa roleta russa dos dias, quero apagar todas as tristezas, todas as marcas de uma vida sem luz. E poder finalmente voar.

E de algum lugar, sinceramente espero encontrar com a voz da minha consciência, e quem dirá as regras, serei eu. Um anjo de asas monocromáticas que sonha em encontrar o seu lugar, o seu lugar.

Pergunto-me de onde vem a força que me faz seguir.

Pois meu caminho não tem sido fácil. Não mesmo!

Se tropeço-me em pedras e palavras

Se vago por entre ruas e copos

Se meu choro é frio com as noites...

Se não adianta nada escrever isso.

Davidson Martins
Enviado por Davidson Martins em 21/03/2010
Código do texto: T2151541
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