SILÊNCIO
SILÊNCIO
Envolta em negro véu, misteriosa,
a noite vem chegando devagar,
no seu cortejo de astros, gloriosa,
banhada pelos raios do luar.
Em noites de luar a terra brilha
e o firmamento é imerso em luz prateada,
minha alma, entanto, apenas segue a trilha
da luz perdida e há muito apagada.
E nessa busca encontra a lua cheia,
no silêncio das frias madrugadas
a transformar pequenos grãos de areia
em pó de estrelas, soltos pelas estradas.
Nas noites de luar a lua airosa,
em brilho fixo anseia cintilar,
como se fosse estrela esplendorosa
no encanto dessa noite singular.
Misteriosa, a noite enluarada
vai envolvendo a urbe adormecida,
enquanto a solidão não convidada,
se aninha no meu peito intrometida.
Irmã das astros, a lançar centelhas,
a noite reina ao brilho das estrelas,
quais nenúfares feitos de marfim.
Invoco então um sonho, estendo os braços
e vôo triste, buscando os estilhaços,
da ilusão que morreu dentro de mim!