Olhos de Louco

Portas trancadas por fora

onde estão meus salvadores ?

Queria segurar nas mãos do libertator

mas crucificaram ele

e crucificam a gente todo o dia.

Verão de cinzas jogadas ao vento

olhos vermelhos de saudade

tempero amargo de solidão

verso difícil de escrever

nessa cegueira profana.

Portas trancadas pelo egoísmo

janelas que só abrem para o lumiar da madrugada

sonolento vou seguindo meu destino

pertubado consumo a droga da esperança

flutuando pelos mares dantescos do sul.

Mergulho na sabedoria dos olhares

ventilado entre o sangue borbulhante

e outras lágrimas tecidas no ventre

germinal dos vencedores.

E sozinho procuro um pouco de paz

procuro pelo meu espírito

procuro pelas minhas memórias

tingidas de medo

a ardente vontade de voltar ao tempo da inocência

quando criança.

Criança que brincava como criança

sorria e vivia nos dias de férias e de vida.

Estou sozinho neste mundo

mesmo hazendo gente em casa

mesmo havendo gente ao redor,

mas estou sozinho e permanecerei sempre assim.

Esquecido por mim mesmo

nesse instante de loucura e angústia.

Luciano Cordier Hirs
Enviado por Luciano Cordier Hirs em 14/03/2010
Código do texto: T2138241
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