VAI...

VAI...

Joyce Sameitat

Lá se vai minha vida muito rápida disparando;

Sempre surfando num mar de ilusões...

Enquanto o corpo parece ir se afogando;

Pululam meus versos nos cintilantes clarões...

Que na mente se formam breves mas sem cessar!

Sou como que um bafejo de amores passados...

Que me rodeiam sem jamais se deixarem pegar...

Formaram uma rede brilhante de bordados...

Que se lançam por ai como que a pescar;

Coisas fantasiosas que os olhos não admitem...

Possam existir e recusam-se a enxergar;

Mas são sentimentos meus que persistem...

Vai correndo vida e a tudo de uma vez diluindo;

Quais bolhas de sabão que estouram mas permanecem...

Em flocos finos e mínimos na minha pele se aderindo;

Nem um minuto sequer de mim mesma se esquecem...

Vai sim deixando em mim um gosto de quero mais;

Que sei jamais poderei de novo sequer saborear...

Grudando na alma uma solidão que não se esvai;

Mesmo que ela tente com tudo tirar e até esfregar...

Vai vida que eu não a sigo;

Dou-lhe as costas firmemente...

Em sentido contrário persigo;

Meu amor que é dissidente...

Você não é algo muito concreto;

Mas eu sou ao mesmo tempo que não...

Vou correndo de modo discreto;

No mesmo sentido do meu coração...

São Paulo, 26 de Fevereiro de 2010

Joyce Sameitat
Enviado por Joyce Sameitat em 13/03/2010
Código do texto: T2135930