INCÓGNITAS

INCÓGNITAS

Paulo Gondim

12/03/2010

O que sou? Senão esse ser inacabado?

Exposto ao destino

Num barco desgovernado

Que se joga ao mar, desfraldado

Diante do mar, um ser pequenino?

E o que é a vida? Ah, a vida...

Esse mistério indecifrável,

Ora se faz calma, ora perdida

No seu andar incansável...?

E o que é o tempo? Senão nossas marcas?

Das dores diárias, do sofrer calado

De nossas angústias, de nosso pesar

E o tempo passa. Impossível contê-lo

Impossível não vê-lo

O tempo nos cobra no seu caminhar

E o que é o sonho? Ah, o sonho...

Resumo de tudo. Um ponto no escuro

Que nos contraria

E em cada porfia, mais um desafio

Esfola-se a alma, rasga-se o brio

E o homem só, na sua utopia

Pergunta a si mesmo, na sua procura

De que vale a vida, de que vale o tempo

Se o que só lhe resta é sua loucura?

Paulo Gondim
Enviado por Paulo Gondim em 13/03/2010
Reeditado em 22/03/2010
Código do texto: T2135488
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