PARA O ESPELHO
Tu és igual a todos os demais:
nada mais és que um turvo, amargo poço
de desejos, de sonhos, e que mais?
Uma alma e um corpo tristes, de carne e osso,
agitados em vão, ao-deus-dará,
com os mesmos risos e com as mesmas lástimas:
és como os outros, como todo mundo,
mas és também escuro, esconso e fundo,
e quem, um dia, te conhecerá?