Murundu
Você é Bonita,
Pelo menos, de início
Pois em algum lugar vi um rosto parecido com o seu
Que também achei bonito.
seu corpo?
Vi bonito em outras mulheres.
Seus olhos?
São de tantas
seu mistério?
esse é meu, sem dúvida
Tantas coincidências!!!
“O mundo é mesmo sonhado”
(Engano
Viagem
Pedra
Som
Tristeza
Um Prego e uma faca
Um martelo sem cabo
Uma enxada cega
Um trabalhador no acaso
Um moça bonita
A saudade tamanha que nos agoniza)
Mistérios tantos
passa pelas esquinas.
Muita gente nessas ruas
E a vida passa pelo bolso dessas meninas.
Ainda quero dar volta naquela praça,
Receber delas o olhar que oferece
E bater forte nos cangaceiros do recreio
“Os homens pequenos tem neles o rancor dos homens grandes”
O passado está sempre nos retirando os olhos
e escondendo a gente dessa gente
terra, areia ,deserto, vento,
poeira,
um canto da sala
uma castigo indevido
um amor caído numa casa de tapera
O Barro seco demais
Como era (sem água) os arredores daquela vida
Meninos pescavam e,
A fome era salva na chapa do rio..
E as lavadeiras sempre a cantar
Suspensa no ar
“A indiferença as vezes salva uma vida...”
“não consigo me manter sensível do seu lado, moça que me xinga”
o amor que não derrete se tranforma na vontade de ir embora..
e há tantas terras nesse mundo
tantas mocas
tantas cidades
mistérios tantos
tantas casas de meritício a preços tão honestos...
se o dinheiro não fosse tão pouco
e a imperícia tão estelar...
moça moça moça
Esse poema não existiria se você tivesse um coração
Sabe de uma coisa?
coração de gente é terra que ninguém passeia
(uma pausa pra respirar)
na pergunta respondida
no azul dessa flor que desce
no sorriso desse asfalto quente
e na liberdade que a dor escondia
fico eu.
Eu e tudo que sinto.
Inclusive aquele amargo que
Até então, só estava em você.
Cada palavra tem um lastro
Profundo e vermelho
Caído e sentido
Largo
desamado
Amargo ou
Amado
Depende...
Depende de tanta coisa
As palavras tem a cor da sua morada...
O gosto de uma palavra pode revelar uma civilização inteira
Moça moça moça
Você não é tão bonita
como aquele rosto que vi
(esse poema não acaba)