BLECAUTE
BLECAUTE
Joyce Sameitat
Pingentes de prata do céu vão direto caindo;
Na noite silenciosa em blecaute total envolvida...
São lágrimas da lua que a terra está atraindo;
Para iluminar um pouco o que parece sem vida...
Tamanha escuridão nunca havia presenciado;
E até o luar parece que assustado encolheu...
Meu coração assiste a tudo muito agoniado;
Pois a falta de luminosidade sempre temeu...
Noite de mistérios que a tudo confundiu;
Até meus sonhos em revoada fugiram...
Deu-me a impressão que o mundo ruiu;
E cegos meus olhos e alma nada viram...
Noite bem esdruxula;
De escuridão plena...
Morada de bruxas;
Que voaram serenas...
Senti muitos fantasmas;
A sutis me envolverem...
Me livrei das amarras;
Gritei para me socorrerem...
Chegou um parco luar;
Que veio e me iluminou...
Não quero mais enxergar;
Esta noite que se apagou...
São Paulo, Novembro de 2009