SOLIDÃO 2
Essa liberdade inconsequente
Que causa inveja a muita gente.
Hoje, tudo pode ser tudo
Amanhã tudo pode ser nada.
Eu era seu enquanto eras minha.
Por onde me andas agora essa liberdade,
Que a seus pés, meus sonhos condescendentes
Nas vielas de um coração, colo confuso?
Acordo de manhã, outra voz, gargalhadas...
Outro pé no assoalho caminha.
Imensas noites frias
Entre montanhas mudas.
Cá embaixo na cidade
Multidões pelas ruas.
A brisa apaga seu nome
Que escrevi no vidro.
A janela é minha testemunha
Da dor que aindo sinto,
De viver essa liberdade
Que hoje chamo de solidão.