QUANDO A DESILUSÃO SE AVIZINHA

Meus olhos, velhos companheiros,

reclamam o brilho dos teus e meus

ouvidos já se lamentam porque não

mais escutam o soar vibrante de tua

voz de forma determinante.

Aonde foi parar o calor de teu abraço

quando chego cheio de cansaço, e

na efêmera desconfiança de meu ser?

Por que pouco trilhamos os mesmos

passos, os mesmos espaços e

parecemo-nos mais ainda em

descompasso como que estivéssemos

em embaraço.

Já não ausculto os pulsares do teu

coração, nem escuto a mais simples

ou bela canção que tanto gostavas

de cantarolar...

No teu riso faceiro, eu, todo fagueiro

me deleitei e fiz morada como um

alguém a contemplar os traços e

pendores de sua bela amada.

Beijar-te, ainda que seja a fronte ou

a face contenta e libera meu ser, meu

coração, ainda que nada queiras ou

digas não!

Mesmo que cansado ou cansando,

altivo vou caminhando, com os olhos

cintilando, ansiando pelo calor de

outrora do teu abraço para minimizar

meu cansaço... preencher meu espaço.

E quero os mesmos passos continuar a palmilhar,

nos mesmos espaços, outras cantigas e

cantilenas te ouvir, linda e feliz, a cantorinhar.

Não quero o desânimo por desengano e no

teu sorriso certeiro ponho toda complacência

no intuito de que meu coração assustado

volte a se amainar.

Então um novo momento há de se instalar e

eu, outrora desanimado, imbuído nas curvas

do teu mundo volte a me avivar e a novos

sonhos acalentar, concretizando a quase tudo.

José Luciano
Enviado por José Luciano em 28/02/2010
Reeditado em 28/02/2010
Código do texto: T2112668
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