Despedida

Não houve palavras amargas nem doces

Ambos não sabiam que era um adeus...

Houve somente palavras rotineiras

Aquelas que amantes dizem depois de uma noite de amor

Porem aos poucos o amargo da alma se fez sentir

Se sobrepondo ao desejo inviável de ficar

Um cansaço repentino de ser como um Don Quixote

Lutando com moinhos de vento imaginando dragões

A consciência adormecida em um sono encantado

Despertando, devagarzinho...

Quando se persegue um sonho perde se a noção da realidade

Nessa perseguição anos, meses, dias vão sendo engolidos pelo tempo implacável.

Tempo que não perdoa, somente passa...

Passa nos presenteando com sorrisos, lágrimas, lembranças...

Fragmentos de nosso universo pessoal

De repente restam pedaços... Que recordamos sem querer

E nos trazem de volta o som de um riso, o gosto de um beijo...

A imensa falta de um abraço...

Tudo se fundindo num desejo insano de ter de volta um espaço que era nosso.