ECLIPSE
Foi-se embora o dia.
E com ele o sol... A luz
E a minha alegria!
Hoje, a eterna madrugada vive em mim assim... Grudada.
Como um adesivo anti-fumo
Sem efeito nem solução
Só trauma... Angustia
Decepção!
Bichos papões já nem me assustam
Tranco-me no quarto
Choro sobre o criado mudo
Chuto longe meu sapato
E diante de um espelho também mudo... Desabo!
A voz não sai
O canto não vem
A poesia em mim retrai
Agora só o silêncio que sopra a alma distrai
Corro pra janela e na força escancaro
De cara lavada diante do vento, espero.
Uma noite
Duas noites
Muitas e muitas noites
Por uma vida... Por nossas vidas
Mas não tem cura a solidão
Porque borboletas não voam na escuridão!