NÃO ME JULGUEM LOUCA
Hoje meus braços se cruzam
sobre o peito.
Minhas mãos, dizem não!
E assim me deixam sem jeito.
Fica minha Vida uma cruz
É já o tempo que a nada me reduz.
Fico olhando o Céu
Aqui ao lado o livro aberto
Meus olhos ávidos de leitura
Pedem com ternura!?
Uma aragem que vire a página.
Porque meus braços estão cruzados,
Sobre o peito.
Minhas mãos dizem não!
E assim me deixam sem jeito.
Leio e releio páginas da minha vida
Tanta coisa já esquecida!?
Confronto-me com este dilema
Que me rouba o sono,
Me deixa neste abandono.
Sem qualquer emoção que me sóbre.
Resta do tempo chorar a perda.
Guardo algum sentimento mais nobre
Resisto como planta à geada.
Geada tardia!
E assim magoada.
Em mais um dia parada,
Meus braços continuam cruzados
Sobre o peito.
Minhas mãos dizendo não!
Alberguei falsas esperanças
Queimei minhas lembranças.
Minhas lágrimas são a prova
Da minha sinceridade
Minha angústia, mordo-a fechada na boca.
E assim morre minha vontade.
Mas meu sentido está vivo.
Não me julguem louca?!
Só meus braços continuam cruzados
Sobre o peito.
Minhas mãos dizendo não!
E assim dolente, me deixo, sem jeito.
Terá parado meu coração?
rosafogo