TRINARES

Sou como ave canora

Que ao trinar teu nome

Vezes sussurrando sinto

Vezes um alarido faço

Só pra dizer te amo

Se nessa gaiola vivo

Pássaro procurando alento

Tenho o espaço aos olhos

E a solidão por perto

Sou desde sempre e mais

A percepção do limo

Pedra que está no monte

D’um ancoradouro fixo

Mas ao procurar-me perto

Sei que estarei ao longe

Vivo nessa espera insana

Chama do amor primeiro

E desencantada sigo

Ave in(canto) derradeiro.

Janete do Carmo

Palestina SP 18/02/10

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 18/02/2010
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