Solidão...
Solidão...
Tonta paro no meio dessa estrada.
Perdida da fé que um dia foi o transporte para a virada.
Tão despida de sonhos, cansada da jornada.
Sabedora que a faca foi bem cravada...
Essa estrada tão longa e cansativa Deus meu..
Estrada estranha, parada, sem sequer uma encruzilhada..
Para me levar ao fastioso nada.
Estrada solitária em que não avisto outra alma penada..
Para seguir adiante, para dividir a mão ora machucada...
Essa estrada a qual me faz não temer mais nada.
Talvez seja o maior temer, esse mais nada.
Eis que nada, é a morte anunciada..
Eis que nada, é prenúncio de fim..de coisa acabada...
E tonta, vou seguindo essa estrada..
Sem fome, sem dor, sem frio, sem calor.
Na sombria madrugada.
Quase não me lembro mais..do canto da passarada..
Quase tudo vai findando..e já não lamento..o som de minha risada..
Sei apenas dessa estrada, a qual sigo calada..
Sem avistar o fim..tão só em mim..sigo calada..
Essa estranha estrada.............FIM
Dorothy Carvalho