BORBOLETAS
Elas revoam no meu jardim.
Parece que sentem pena de mim.
Parece que descobrem este meu coração apertado.
Ele fica calado.
Mas tem tanto guardado.
São tão coloridas, festivas.
E vão me alegrando.
Fico pensando.
Tudo é tão leve e tão breve.
Por que tanta angustia?
Por que tanta dor?
Por que sofrer por amor?
São como florezinhas que dançam.
São como criancinhas que se lançam...
...
... se lançam ao espaço.
Também eu quero entrar na dança delas.
Também eu desejei me esquivar deste mundo aqui.
E consegui.
Estou dançando.
Estou ao espaço afora me lançando.
Num jardim tão longínquo.
Não o jardim dos esquecidos.
O jardim dos entes muito, muito queridos.