A espera
A espera sufoca
Corrói, estremece
As horas passam
A Terra gira e nada acontece
Gotas de suor
Percorrem minha face
E queimam...
Queimam como se
De alguma forma
Isso me punisse...
O som do silêncio
É assustador
As feridas em meu corpo
Já não causam dor
Vejo fadas que voam
Pelo cômodo vazio
Talvez de algum livro
Que eu tenha lido
Daqui a pouco o passado
Tomará meu presente
Sinto-me fraca
E em breve inconsciente
Mas não como das outras tantas vezes
Dessa vez é pra sempre
A espera foi longa
Cada minuto uma tortura
Mas não há razão para choros
O que resta agora é apenas uma parte de mim
Porque a outra você levou quando partiu
A espera é agonizante
Mas se esperei tanto tempo
Posso esperar mais alguns instantes
Não há ninguém aqui
Não há ninguém na rua
Só eu e a espera
Enquanto aguardo o fim
Para um novo recomeço
É um preço justo
E a recompensa é eternamente ser sua...