VIOLENTAR-ME

Que posso eu alem de amar-te?

que posso alem de esperar-te,

esperar que me note?

que posso além de fazer o que mais tenho feito?

queria poder gritar e fazer-te entender,

o quanto amo e como amo,

queria sentir-te tão perto,

que não sentisse espaço,

entre eu e o nada,

saber que a tenho,

não em pensamento mas em verdade,

seu corpo inteiro ligado ao meu,

teus olhos brilhando em ouvir meu nome,

teu coração acelerado em ver-me,

excitado pelo meu toque,

queria saber minha,

saber imprescindivel necessitada,

de meus beijos e meus abraços,

de meus olhares, e sussurros ao ouvido,

e ouço a nossa musica,

eleita por mim apenas,

e amargo sua ausencia,

e a ausencia de seu sentimento,

e violento-me querendo saber, por que amar tanto,

se nem sabe que existo,

ou não quer tomar conhecimento,

e sigo amando, e esperando,

ter de ti uma migalha de afeto,

que cure a dor qual me atormento,

feito silicio, martirio pelo pecado de amar-te,

de esperar de ti reciprocidade em atenção,

perdoa-me querida de min'halma,

por amar-te sem esperança,

ou sem deixar que decida.