O POETA SEM APLAUSOS
Palmas ao pintor capaz de retratar a cena externa
E a voz suave na taberna, que alivia a dor dos ébrios
Aos acordes diversos, pacificantes duma alma que algo espera
E a pura água da tapera, que mata a sede por seus méritos!
Palmas à divina aquarela que proíbe um novo dilúvio
E ao improviso de um desanuvio que diz amar uma visão
À providencial canção, capaz de abrandar um soluçante vesúvio
Ao bem estar solúvel, mesmo no cálice da aflição!
Palmas ao romance escrito com criatividade
À teatralidade que revive tantos realismos com toda exatidão
Ao transplante do coração, que permite a mesma funcionalidade
Aos poetas de verdade e sua linda capacidade de descrever a emoção!
Palmas para a arte e a todo aquele a quem ela enamorou
Palmas que a mim não dou, devido à forma que me sinto
Não declamo por instinto e algo distinto meu poema não achou
Posto que não consigo ser ator - até mesmo nos versos em que minto!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor
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