F U G A

Ah, pudesse eu me esconder da madrugada!

Tivesse como refrear os pensamentos,

Alcançar o equilíbrio,

Manter distância dos sentimentos

Fugir de todas as dores

Parto difícil, aurora do nascimento.

Encontrar quem lave as minhas feridas,

Sem qualquer emoção,

Como quem faz a um dever cumprido.

Morrer de tédio, sem remédio!

Solitário que detesta solidão.

Terceirizar a tristeza,

Lágrimas de segunda mão.

Me esconder nas sombras,

Dissimulando os medos

E de todos os segredos, abrir o coração.

Somente Deus pode enxergar minhas incertezas.

Degredado de mim mesmo,

Escravo das minhas ilusões.

L U C I A N O

fevereiro/2010