FONTE SEM SONHOS
Os galhos das árvores estão secos
Já não existe vida no rio que corta a cidade
E as sombras do abandono estão nascendo
No silêncio que envolve o corpo anestesiado
Quero colher alguma lembrança apagada
Enquanto as palavras evaporam da fonte
Que ficará vazia como os galhos secos das árvores
Que enfeitavam a rua sem sol todos os dias
Sei que não tenho mais as fantasias dos tempos de ternura
Em que me iludia procurando com os olhos
Alguma gota de orvalho para saborear
No encanto da noite
Ainda vou tentar caminhar entre as árvores nuas
E afastar os pesadelos que povoam meus sonhos
Secando o campo que deveria ser semeado
Para que eu ainda pudesse ter esperança ter uma colheita