Rituais
O vinho não foi bento.
A palavra não confessou.
A nave da capela ficou fria.
O livro não foi lido.
Cânticos de louvor ecoaram
sem sentido....
O cálice suspenso entre
mãos tingiu de sangue
a bata branca onde
a cólera controla o fogo
sagrado na pira funerária
que consome à fúria
Rosários desfiam entre
dedos feridos.
Em clausura secam
corpos em eterna prisão...
Nos outeiros em gritos
vermelhos crescem flores...
O missal contempla as
bençãos solenes...
Nos joelhos feridos
constante oração...
Tortura no confessionário
onde ecoam gemidos.
Pecadora confessa
espera absolvição...
Adormeceu ébria
nos braços de Baco
Roga absolvição....
Marcia Portella
01/2/10