ITINERÁRIO
ITINERÁRIO
Licença sobre um poema de Vanderlei D. Tomaz
Não, não hás de deixar o teu veleiro;
És água escorrendo, fria e quente.
Conheces o caminho em mapas cegos,
te guias em bússolas inexatas.
Por mais que navegastes estes anos,
continuas temerária junto ao leme,
não sabes controlar tua procura
e ignoras a rota de tua própria sorte!
Ainda que alcances altas ondas,
mais longe pode ser erguer tua agonia
-Ave marinha cujo vôo nunca finda
e que lança em degredo o teu destino.
Tua imagem confundida ao horizonte,
da última praia é vista como uma lembrança.
Para trás, em madeiras carcomidas,
teu porto de esquecidas calmarias...