A sua lembrança
A chuva chega embrenhada trazendo sua imagem
As mãos soltas tateiam o seu sorriso num doce firmamento...
Junto com a névoa insípida tudo reaparece e me delicio ao extremo
Fico assim extasiado à beijá-la no relance do ir e vir
As margens do seu olhar em arco-íris tão dissimulado sorriem sarcástica
A tudo assisto com as mãos amarradas num sofrimento ermo leviano.
Pestanejo nessa brisa teimosa em cair, banhando meus olhos semicerrados,
Dissecando o ontem furtivo infiltrado nesse presente inóspito intransigente...
Todavia, naufrago num comodismo, nessa insensatez de partilha de sentimentos.
As juras que um dia se fizeram eleitas à perpetuar palavras em si vãs,
Derretem-se no tempo impetuoso, em tom drástico, corrosivo, lesivo.
A névoa transcende num horizonte de interrogações
Numa alma transposta de perguntas febris e respostas hostís.
Fecho os olhos medianeiros, enquanto a chuva não passa... não passa.
Fico aqui intansigente vendo o tempo passar...
Fico aqui imaginando você assim passar...
Fico aqui absorto, apenas lembrando...
Possuindo-te em pensamento.