Batom no Espelho
Tudo é tão abstrato quando se fala de amar
Principalmente se for esse nosso amor
Tão estranho, querer te desbravar
E deparar-me com teu rancor
Contém no fim de tarde do seu coração
Na garoa dourada da tua nostalgia
A dor de uma negra solidão
E o desejo de possuir-me um dia
Não ouço os sinos, não vejo pássaros
Nem sadios, nem mortos, nem feridos
Somente duas crianças assustadas
Com o amor em suas almas...
A marca de seus lábios, batom no espelho
E do teu intenso amor, ferida no coração
Pra ti, uma mistura de coragem e medo
Pra mim, uma certeza sem ação!
Existem horas em que um “eu te amo” bastaria...
Sigo, no vazio da solidão!