Finitude

Finitude
Quando o amor acaba é uma casa abandonnada
Cresce sobre ela o vazio
Condenado rumores, ténues suspiros
Por entre esse esvaziamento
sibilam os ventos fantasmas de dores
Ladainhas sem entendimento
Amor perdido piano mudo
Com dó sem sol em si sem mi
Espelho sem olhos apaixonados trémulos encantados
Em vã esperança cai em estilhaços do desamparo
Tombam as faces enrugadas e as telhas quebradas
As goteiras de olhos de esmorecimento
e as de quebrados tetos desfeitos
Corpos dobrados do fado falado já sem canto apenas pranto
Paredes de caliça moída caída atapetando chão de mofo
Dilacerado o coração definha num catre vestido de veludo desbotado
Por sobre um soalho carcomido que testemunhara combustão  
Rasgos na alma que esconde desgrenhada a cabeleira loira de fada
 Frestas abertas por onde o frio gelado amortalha
e ambos que se irmanam para sombrearem o infinito
sem um grito que ecoe pelos jardins desse amor finito ..
 
de tta
25~01~10
Tetita ou Té
Enviado por Tetita ou Té em 25/01/2010
Reeditado em 25/09/2017
Código do texto: T2049942
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